segunda-feira, 29 de junho de 2009

1958 - 2009

Morreu semana passada o maior ícone da música pop: Michal (Joseph) Jackson. Um artista que teve o auge dos auges e uma conseqüente decadência física e mental. A diferença entre o pico e o vale foi tão grande que resultou em morte. Morte esta que se deu de maneira estranha, pouco clara e trágica de certa forma. Fiquei triste... Ele era louco mas era talentoso.

Lembro-me de uma festa junina que teve aqui na minha rua. Isso deve ter acontecido por volta de 1992 ou 1993. Nesta festa, alguém colocou o disco “Bad” do artista em questão. Me lembro da capa com letras vermelhas. Foi muito engraçado! Um menino (não me lembro quem) saiu dançando imediatamente que o disco começou a tocar, porém um senhor (que eu sei quem é) esbravejou que aquilo não era coisa de festa junina e colocou um Trio Parada Dura da vida (que também não é “bem” coisa de festa junina).

Outra coisa legal que me lembro do Michael Jackson eram os clipes. Ele revolucionou o mercado, fez do clipe um negócio de proporções gigantescas. Thriller é um curta-metragem e com toda a certeza impulsionou as vendas do disco de mesmo nome, fazendo-o o mais vendido da história! Black or White tem efeitos especiais espetaculares. Aqueles rostos mudando no fim são sensacionais. Um software foi criado somente para aqueles efeitos (que continuam impares) e ainda hoje esse programa é utilizado para finalidades semelhantes.

Poderia ficar aqui falando muitas coisas do Michael Jackson. Ele poderia ser louco, pedófilo, “auto-racista” e um monte de outras coisas, mas era também um grande cantor, dançarino e letrista. Sofreu e fez sofrer. O pai rígido, a vergonha da própria cor e a cobrança artística deve ter ajudado a torná-lo o que tornou. No entanto muitas pessoas, entre elas Paul McCartney e Gavin Arvizo, sofreram por causa de Michael Jackson. Não quero julgar o cidadão Michael Joseph Jackson, quero exaltar o artista Michael Jackson. Um gênio, revolucionário, ousado e criativo e que vai fazer muita falta...

Fatalidade? Eu acho que não.

Houve um acidente em Curitiba recentemente envolvendo dois rapazes, um de 26 e outro de 20 anos, e um deputado estadual do Paraná. Aparentemente o Excelentíssimo senhor Deputado Estadual Paranaense estava a mais de 180km/h. Além disso, segundo testemunhas que não quiseram se identificar, o mesmo deputado bebeu na noite da fatalidade. Bebeu tanto que precisou de ajuda para entrar no carro.

Pelos destroços do carro dos rapazes concluiu-se que o carro do Deputado em questão decolou após passar por uma irregularidade da via. Este atingiu o carro dos rapazes de tal forma que a cabeça de um deles foi encontrada a 40 metros de distância de onde o carro parou. O outro ocupante do carro atingido também morreu no local do acidente. O Deputado não morreu.

Um outro fato interessante é que o Deputado em questão teve sua CNH suspensa uns dez meses antes do acidente. Um deputado dirige com a CNH suspensa? Um deputado dirige bêbado? Um deputado dirige a 180 km/h? Um deputado dirige bêbado, com a CNH suspensa e a 180 km/h?

Seria interessante que os políticos aqui no Brasil fossem bons exemplos para o resto da sociedade. Já pensou se aqui fosse como é no Japão? Acho que foi lá que vi uma estória de um homem público que se matou após ser provada a sua participação em corrupção. Se aqui fosse assim, provavelmente Brasília teria uma densidade populacional nas terças, quartas e quintas feira bem menor do que tem hoje.

Um acidente não acontece por uma falha isolada. Os acidente sempre acontecem devido a uma somatória de falhas. Embriagues, excesso de velocidade, desrespeito e descumprimento das leis só poderiam mesmo acabar em merda! Como um carro blindado poderia levanta vôo e atingir aquele outro carro daquela forma se não estivesse a uma velocidade absurdamente elevada que o possibilitasse isso? É muito fácil descobrir a velocidade do senhor Deputado no momento da batida. Qualquer aluno do terceiro ano do ensino médio consegue, com as informações corretas, encontra - lá. A Policia por algum motivo nem chutou uma velocidade. Ela também não olhou pro velocímetro do carro do Deputado que travou no momento da colisão. Além disso, os policias, por motivos não muito claros, não fizeram exames para saber se Vossa Excelência estava ou não embriagado. No entanto, consta em algum documento do Corpo de Bombeiros que o Deputado estava com “hálito etílico”.

Outro ponto muito interessante disso tudo são as pessoas que não quiseram se identificar e que estiveram com ele no restaurante. Elas têm medo do Deputado? Temos medo daqueles que deveriam nos proteger. Ninguém deveria ter medo de dizer a verdade. O problema não é dizer o que viu, o problema é o excesso, o desrespeito e a certeza da impunidade.

E se o Deputado tivesse morrido da mesma forma que os dois rapazes morreram? O que aconteceria com o culpado se ele estivesse bêbado, com a CHN suspensa e a 180 km/h no momento do acidente? Será que o pai do deputado, que é prefeito, entenderia que tudo não passou de uma fatalidade? Fatalidade acontece quando se esta dirigindo em uma rua da periferia e uma bola aparece de trás de um caminhão parado e em seguida aparece um garoto correndo atrás da bola e não se consegue parar o carro. O que aconteceu pode ser chamado de desrespeito às leis e às vidas alheias, desrespeito ao eleitor, ao contribuinte, à vida, ao cidadão, vergonha, impunidade, incompetência, má educação, burrice, assassinato ou homicídio culposo.